


Psicologia da Educação

Alvos de intervenção do Psicologo da Educação
Cabe ao Psicólogo da Educação definir um conjunto de estratégias no sentido de prevenir, sinalizar, diagnosticar e intervir nos mais variados locais, sendo o individuo o público-alvo, e tendo em consideração a importância do contexto em que o mesmo se insere.
Alvos de Intervenção
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Bebés
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Crianças
Cabe ao psicólogo da educação aplicar os seus conhecimentos e competências, junto da família e educadores, promover ações tanto preventivas como remediativas no sentido de proporcionar á criança um bom desenvolvimento afetivo, cognitivo e psicomotor e social.
O psicólogo da educação dirige a sua atuação no sentido de melhor compreender alterações que ocorrem no contexto familiar e escolar (Coll et al., 1999, p.195)
- Identificar precocemente alterações no desenvolvimento, temperamento, e capacidade interativa;
- Identificar problemas de comportamento, adaptação a situações de mudança, dificuldades de relacionamento.
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Adolescentes
A adolescência é marcada por inúmeros conflitos, e com características específicas tanto a nível biológico como cognitivo, social e emocional, se por um lado já não se trata de uma criança, por outro também não podemos falar em adulto, é nesta fase de vulnerabilidade que muitos adolescente ou por curiosidade ou por viverem em ambientes de risco se iniciam no mundo da toxicodependência, criminalidade, abuso de álcool, potenciadores de comportamentos desviantes e exclusão social. Fase de sentimentos contraditórios onde as emoções são vividas com intensidade, se por um lado pode trazer inúmeras oportunidades, por outro também muitos riscos. Atualmente vive-se numa sociedade onde com frequência nos damos conta de existir uma falta de sentido, vazio e carência de valores de vida humanos (Oliveira,2004, pp.156-166). É neste contexto que muitos jovens desenvolvem a sua adolescência de forma diferente, levando-os por vezes á institucionalização (Geldard,2009).
O psicólogo tem aqui um papel importante, intervir preventivamente (intervenção primária) com ações de esclarecimento antes que o problema aconteça, intervir (prevenção secundária) para que o problema não tome maiores dimensões, prevenção terciária (remediativa), sempre que as anteriores não funcionarem. As emoções têm um papel importante na maneira como as pessoas reagem às circunstâncias do meio. Para Seligman (psicologia positiva) a satisfação com a vida, felicidade e otimismo relacionam-se com estados positivos de bem estar subjetivo; criatividade, coragem, compaixão e integridade com traços psicológicos positivos (Nunes, 2008).
Adolescentes institucionalizados, aconselhamento vocacional
A intervenção psicológica assume um papel importante, no sentido da orientação vocacional e profissional, para que o jovem institucionalizado considere projetos de vida (Gaspar, 2011). “o quotidiano em centro educativo é um puzzle continuo de programas educativos e terapêuticos, relacionados entre si, com o objetivo último e comum de educar para o Direito, fomentando atitudes de responsabilização e prevenindo a prática de novos delitos” (cit in, Neves, 2008, p.185)
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Indivíduos com Necessidades Educativas Especiais (NEE)
A prevenção Primária, em consonância com o Decreto de Lei nº 3/2008, de 7 de Janeiro, incide na identificação precoce de crianças com NEE, em identificar necessidades e reduzir fatores de risco, em implementar programas educativos sobre saúde e desenvolvimento, e instalação de centros de diagnóstico precoce (Nunes, 1993). Prevenção terciária ( remediativa), casos já sinalizados e/ou diagnosticados, intervir no sentido de minimizar institucionalizações, reduzir ocorrência de comportamentos auto lesivos, auxilio á família na gestão de stress emocional e situações de conflito, maximizar e potenciar a autonomia (Simeonsson cit in, Nunes 1993 p.111)
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Adultos
O psicólogo da educação utiliza estratégias facilitando processos que lhe permitam lidar com dificuldades no sentido de um reajustamento, preparando-os para lidar com dificuldades e vulnerabilidades, apoiar emocionalmente o doente oncológico, assim como ao sistema familiar. Acompanhar a família implementando estratégias de suporte emocional auxiliando na criação de novas regras e modificar papéis habituais (Santos & Sebastiani cit in Venâncio, 2004, cit in Maia & Correia, 2008, p.10)
Acompanhamento na doença oncológica, marcada por padrões de ansiedade, depressão, negação, que afetam não só o individuo como a própria família. Incerteza acerca do futuro, busca de significado, perda de controlo, necessidade de diálogo. Os comportamentos mais usuais após o diagnóstico são choque e negação, no entanto com o decorrer do tempo vão reconhecendo a realidade (Sprah e Sostarie ,2004, in Maia e Correia, 2008 p.3).
Prevenir e atenuar problemas emocionais resultantes da doença e tratamentos, nomeadamente patologias psiquiátricas, com estratégias de enfrentamento e aceitação no sentido de atribuir novos significados á vida (Gimenez, 1997, Netto, 1997,In Venâncio, 2004; cit in, Maia e Correia, 2008 p.10).
Formação de adultos
Na medida em que a aprendizagem escolar não deve ser limitada, estando muito para além das primeiras etapas de vida, a emergência de práticas educativas dirigidas a adultos, no sentido de proporcionar, educação básica, formação para o desenvolvimento pessoal e social e formação ocupacional profissional. Alcançar o desenvolvimento através da análise das potencialidades de cada individuo com finalidades coletivas ou individuais. Desta forma o psicólogo da educação não se limita a um único tipo de educação, nem a uma determinada faixa de idades.
Principais funções da educação de adultos, a partir de Lowe (Cit, Marzo e Figueiras, 1990, p.23)
- Dar aos alunos uma segunda oportunidade de obter qualificações que não puderam obter durante a sua infância e adolescência;
- Oferecer ensinamentos não-sancionados por um diploma para os que querem expandir os seus horizontes;
- Favorecer o desenvolvimento da personalidade, o aprofundamento no conhecimento de si mesmo;
- Colocar em dia ou alcançar uma competência profissional essencial;
- Orientar os adultos na resolução de problemas pessoais e comunitários e a novas maneiras de proceder;
- Promover a ação comunitária
(Coll, et al, 1995, pp.190-197)
Promover um envelhecimento saudável e bem-sucedido, com saúde, autonomia e independência o maior tempo possível. O psicólogo tem um papel importante na intervenção precoce, promover estilos de vida saudáveis, que passam por uma boa alimentação e qualidade de sono, cuidados com a higiene diária, exercício físico, atividades lúdicas (teatro, musica, pintura…) e prevenir para fatores de risco como, consumo excessivo de álcool e tabaco, controlar fatores de stress provenientes de maus tratos, abandono e solidão. Sensibilizar a família e as redes sociais para a importância do suporte socio-emocional, no sentido de aumentar a competência adaptativa, com o estabelecimento de laços afetivos. Na intervenção terciária (remediativa) constituição de uma rede de intervenção engobando médicos, enfermeiros, psicólogos, familiares… que possa prestar serviços de apoio especializado aos idosos. (Guiomar, 2010, pp.1-12).
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Família
Criança em contexto familiar
A família desempenha um papel importante no desenvolvimento da criança, e tem como papel proteger e favorecer a sua adaptação, protegendo-a, garantindo condições dignas, contribuir para a sua socialização e dar suporte para que sejam equilibradas emocionalmente. Uma boa relação afetiva entre a criança e o cuidador potencia o desenvolvimento da sua autonomia, afastar-se e estabelecer outras relações no decurso do seu desenvolvimento (Coll et al., 1999, pp.158-159).
Os vínculos afetivos que a criança estabelece com os cuidadores, irmãos e amigos são uma das bases mais sólidas do seu desenvolvimento (Coll, et al., 1995, p.162).
Um estudo realizado pela Universidade do Minho com crianças entre os 12 e os 30 meses, em 19 centros de acolhimento da zona norte do país, revela que mais de metade das crianças institucionalizadas exibe padrões atípicos de vinculação, apresentam dificuldades na criação de laços com os cuidadores institucionalizados (Pereira, 2008).
Família e escola como contextos de desenvolvimento.
Em ambos os contextos há um objetivo comum, promover a educação e o bom desenvolvimento da criança, tornando-se assim de grande importância a interação entre escola e família no sentido da co-construção ( Coll et al, 1995, p.184) . Ambos no sentido,” da promoção de capacidades cognitivas, motoras, de equilíbrio pessoal, de relação interpessoal e inserção social; cuidado e bem estar físico e psíquico” ( Coll, et al., 1995, p.184).
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Empresas/organizações
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Reclusos
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