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      O termo pedagogia, do grego antigo paidagogós, era inicialmente composto por paidos (“criança”) e gogía (“conduzir” ou “acompanhar”). Já  Educação, que em termos etimológicos é uma palavra de origem latina que deriva do verbo ducere (conduzir, guiar) e dos compostos educere (elevar, dar à luz) e educare (criar, alimentar), sendo também sinónimo de “Pedagogia”.

 

      Atualmente, a pedagogia é considerada como sendo o conjunto de saberes que compete à educação enquanto fenómeno tipicamente social e especificamente humano. Trata-se de uma ciência aplicada de carácter psicossocial, cujo objeto de estudo é a educação.

 

      Ainda se encontra, por vezes, o termo Psicologia da Educação  como equivalente a Psicologia Pedagógica, Psicopedagogia ou Psicologia Escolar no entanto,  existem distinções que convém precisar. A Psicopedagogia ou Psicologia Pedagógica, sobretudo na literatura francesa, remete para o processo desenvolvimental e para teorias educativas não restritas ao contexto escolar. A Psicologia da Educação tem destacada importância, quer na formação de professores quer na formação de psicólogos, sobretudo escolares. Acerca da distinção entre Psicologia da Educação e Psicologia Escolar, a «American Psychological Association» (APA), a qual tem 54 divisões, entre as quais a divisão 15 (Psicologia da Educação) e a divisão 16 (Psicologia Escolar), liga a primeira mais à investigação e a segunda mais à aplicação prática. Tem-se observado falta de consenso acerca do conteúdo próprio da Psicologia da Educação, à semelhança do ocorrido com a sua definição (Barros, 2007).

 

      Uma outra forma de delimitação dos termos é que a Psicologia da Educação tem por objeto de estudo todos os aspetos das situações da educação, sob a ótica psicológica, assim como as relações existentes entre as situações educacionais e os diferentes fatores que as determinam. O seu domínio é constituído pela análise psicológica de todas as facetas da realidade educativa e não apenas a aplicação da psicologia à educação. Seu maior objetivo é constatar ou compreender e explicar o que se passa no seio da situação de educação. Por isso, tanto psicólogos quanto pedagogos podem possuir tal especialização profissional. A Psicologia da Educação faz parte dos componentes específicos das ciências da Educação, tal como a sociologia da educação ou a didática. Compõem um todo cujo núcleo tem como finalidade  estudar os processos educativos. Atualmente, rejeita-se a ideia de que a Psicologia da Educação seja resumida a um simples campo de emprego da Psicologia; ela deve, ao contrário, atender simultaneamente aos processos psicológicos e às características das situações educativa (Bidarra, 1998, p.100).

 

      Se a expressão psicologia pedagógica, enquanto designação de uma subdisciplina específica da psicologia, surge, pela primeira vez, em 1899, no título de uma revista fundada por Kemsies, na década anterior, em 1886, era publicado, por Hopkins, o primeiro livro conhecido com o título Educational Psychology . Assim, temos uma dupla designação, como ponto de partida, mas tendo a consciência que há autores que manifestam a sua preferência pela designação psicologia pedagógica ou psicopedagogia consoante sejam provenientes  origem nas línguas românicas, ou Psicologia da Educação se a sua origem for a influência anglo-saxónica.

 

      Mas se ambas as designações pretendem significar a existência de relações entre o conhecimento em psicologia e o domínio educativo, surgindo a questão terminológica como relativamente irrelevante, verifica-se, no entanto, que elas estão associadas a tradições diferentes, que remetem para diferenças conceptuais. Assim, enquanto a psicologia pedagógica francesa está mais ligada à psicologia da criança (como já referido acima)  e à psicologia genética, como bem expressa a definição que Piéron dá de psicopedagogia como uma “pédagogie scientifiquement fondée sur la psychologie de l’enfant” (cit. in Mialaret, 1974, p. 20), a tradição anglo-saxónica vai beber à fonte de inspiração da psicologia da aprendizagem, a partir dos trabalhos de Thorndike, daí  até à atual psicologia cognitiva da instrução é um passo. É precisamente em torno do paradigma cognitivista que  se dá a aproximação entre a psicologia da aprendizagem   anglo-saxónica e a psicologia evolutiva francesa, representada por Piaget e pela Escola de Genebra, e, paralelamente, ao aparecimento da expressão psychologie de l’éducation, nas publicações francesas, a partir da década de setenta, ficando os termos psicopedagogia e psicologia escolar mais conotados com as intervenções psicológicas no âmbito educativo (Coll, 1988).

 

      Pelo carater restritivo e sujeito a equívocos do termo psicologia pedagógica, assim como pela sua história, é fácil perceber porque o termo psicologia da educação acabou por ganhar vantagem. Efetivamente, o termo pedagogia, que remete para uma abordagem de tipo normativo, filosófico, a primeira e, durante algum tempo, a única, que se distingue de uma abordagem descritiva e objetiva, tende a ser substituído pela expressão ciência(s) da educação, que traduz, mais fielmente a  necessidade de cientificação da educação, que se tem vindo a impor quer na linguagem administrativa, quer na linguagem epistemológica, apesar dos problemas que igualmente suscita; esta substituição terminológica ultrapassa, pois, uma questão meramente formal, na medida em que encerra diferenças concetuais quanto ao modo de encarar o estudo dos fenómenos educativos. O próprio sentido etimológico do termo pedagogia pode, de facto, induzir em erro pois remete para a criança, sendo também um termo que se restritivo o que levou a que imperasse o termo ciências da educação, pois é mais abrangente . O termo ciências pedagógicas foi ainda objeto de preferência por alguns autores por incluir a filosofia da educação em detrimento de ciências da educação.

 

      A denominação psicologia pedagógica participa, pois, de algum modo, das limitações e equívocos do termo pedagogia que lhe está associado. Assim, esta designação disciplinar reforça a distinção entre educação para a criança e formação para o adulto. A expressão psicologia da educação ou psicologia educacional colhe vantagens, revelando-se mais abrangente, ultrapassando esta distinção e libertando-a de uma adesão restrita às instituições e situações escolares, questão tanto mais pertinente se atendermos a que as práticas de formação constituem um fenómeno educativo que a psicologia educacional não pode negligenciar no contexto atual da nossa sociedade .

 

      Uma definição da psicologia da educação capaz de delimitar claramente o seu objeto, conquanto uma tarefa de difícil execução – pois incorre-se no risco de reducionismo – é, no entanto, essencial para delimitar o seu campo teórico- concetual e para situar esta disciplina em relação a domínios semelhantes. Com efeito, deparamo-nos com um grande número de definições, com a inexistência de um consenso relativamente ao conteúdo e com uma terminologia confusa. Não existe, pois, uma definição conceptual e institucional amplamente aceite por psicólogos e profissionais da educação, coexistindo conceções nitidamente diferenciadas, da mais “psicologizante” à centrada nas situações educativas, passando pela posição intermédia que a caracteriza como uma disciplina ponte entre a psicologia e a educação, a que estão subjacentes diferentes opções epistemológicas (Coll, 1988).

 

Aspetos conceptuais

Origem conceptual

© 2015  Grupo 8 de Psicologia da Educação da FPCEUC

 

António Morais Diz          2012121459

 

Manuel Vicente Farinha   2012135569

 

Marco Silva Martins        2012119151

 

Maria Isabel Santos        2012121111

 

Maria João Varela           2012119190

 

Pedro Jorge Silva           2011128923

 

 

 

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