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Entrevistas

          Constituindo a primeira fase da avaliação e de formulação de hipóteses acerca de eventuais problemas (quer comunicados quer identificados), a entrevista geralmente constitui também o primeiro contato estabelecido com o sujeito a avaliar bem como com pessoas significativas, sendo que esta ferramenta pode ser sucintamente definida com sendo uma forma de comunicação orientada para a pesquisa de informação relevante, em situações de face-a-face (com o individuo a avaliar e frequentemente, com outros significativos – geralmente em separado, embora por vezes possam existir exceções, como por exemplo, no caso de crianças muito pequenas em que poderá ser útil a presença do cuidador)(Simões, 1984, 1998, 2005).

 

 

 

          Como objetivo geral das entrevistas podemos apontar a obtenção de informação que leve não só ao desenvolvimento de hipóteses acerca do problema (fatores de manutenção, fatores precipitantes,…), bem como obtenção de informação relevante para a própria planificação da intervenção (Simões, 1984, 1998, 2005).

 

          De um modo mais específico a entrevista, para além do estabelecimento da relação (fundamental quer para o processo terapêutico quer para o processo de avaliação psicológica), da obtenção do consentimento informado, tem como objetivos não só fornecer informação acera do comportamento do sujeito que motivou o pedido de avaliação (fornecendo dados sobre o seu funcionamento psicológico e sobre o modo como as diversas áreas de funcionamento são afetadas) como também (Simões, 1984, 1998, 2005):

 

 

-Fornecer Informação sobre as fases seguintes do processo de avaliação e como decorrerá todo o processo (tempo previsto, os custos, informação sobre a confidencialidade da avaliação,…);

 

-Pedir consentimento para o envolvimento de outros interlocutores;

 

-Escolha de medidas e instrumentos de avaliação adicionais em função da informação obtida na entrevista;

 

-Identificação de receios, medos, expetativas, objetivos, perceções, sentimentos, motivação e recursos para a mudança, bem como de possíveis agendas ocultas por parte do avaliado, ou de quem solicita o pedido;

 

-Para além de áreas problemáticas destacar também pontos fortes do sujeito;

 

-Obter informação para desenvolver a análise funcional dos comportamentos alvo e para planificara avaliação e a intervenção;

 

-Para restituição da informação e por vezes também usadas como instrumentos de screening e/ou de diagnóstico;

 

 

          As entrevistas de avaliação (não só as estruturadas, como também as semi-estruturadas e as não-estruturadas) abordam, entre outros, alguns aspetos fundamentais(Simões, 1984, 1998, 2005)

 

  1. Informação demográfica;

  2. Áreas específicas de preocupação

  3. Análise precisa das situações problemáticas (desenvolvimento da analise funcional)

  4. Informação histórica acerca dos problemas

  5. Avaliação das expectativas e objetivos dos mediadores

  6. Variáveis relacionadas com a família (história familiar, suporte/recursos na família e na comunidade).

  7. Determinação do potencial de mediação dos pais e/ou professores.

  8. Determinação de condições, objetos, acontecimentos disponíveis que podem ser utilizados como reforços …

  9. Realização, após a entrevista com a criança, de uma discussão (com pais e/ou professores) sobre a avaliação e a intervenção (conceptualização do problema, estratégias de modificação do comportamento, avaliações complementares...)

  10. Entrevista de restituição de informação

 

Um aspeto a notar é que a entrevista, enquanto instrumento de avaliação, poderá ser usada ao longo de todo o processo de avaliação (por exemplo, enquanto medida da eficácia da intervenção).

 

 

 

          Como instrumento de avaliação psicológica, as entrevistas têm sido alvo de investigação e desenvolvimentos para contextos mais específicos. Apresentamos alguns exemplos:

 

Forense

 

Gacono, C.B. (2005). A clinical and forensic interview schedule for the Hare Psychopathy Checklist. Revised and screening version.               New York: Routledge.

Gonçalves, R. A. (1999). Psicopatia e processos adaptativos à prisão. Da intervenção para a prevenção. Tese de doutoramento não                   publicada. Braga: Centro de Estudos de Educação e Psicologia da Universidade

          do Minho.

Holstein, J. A., & Gubrium, J. F. (2000). The clinical and forensic interview schedule for the Hare Psychopathy checklist. Austin, TX:             LEA.

Rogers, R., Tillbrook, C. E., & Sewell, K. W. (2004). Evaluation of Competency to Stand Trial-Revised (ECST-R). Lutz, FL: PAR.

 

 

 

Crianças em contexto de maus tratos

 

Sattler, J. M. (1992). Assessment of children: Revised and updated third edition (interviewing considerations in cases of child                           maltreatment (pp. 752-804). San Diego: Author.

Kuehnle, K., & Connell, M. (Eds.) (2009). The evaluation of child sexual abuse allegations: A comprehensive guide to assessment and           testimony. New York: Wiley.

 

 

 

Crianças

 

Simões, M. R. (1984). A entrevista de avaliação com a criança: Alguns elementos de justificação. Revista Portuguesa de                                   Pedagogia, 18, 247-284.

Simões, M. R. (1986). Avaliação do desenvolvimento psicopatológico em crianças escolarizadas: Inventário de algumas                                   questões. Revista Portuguesa de Pedagogia, 20, 391-424.

Simões, M. R. (1998). Avaliação psicológica e diagnóstico na perturbação da hiperactividade com défice de atenção (I):                                   Entrevistas. Psychologica, 19, 43-82.

 

 

 

 

© 2015  Grupo 8 de Psicologia da Educação da FPCEUC

 

António Morais Diz          2012121459

 

Manuel Vicente Farinha   2012135569

 

Marco Silva Martins        2012119151

 

Maria Isabel Santos        2012121111

 

Maria João Varela           2012119190

 

Pedro Jorge Silva           2011128923

 

 

 

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